22.2.08

O Carlota da Carla

Se no post anterior falei de um livro inspirador, achei que desta vez não poderia baixar a bola. O adjetivo se encaixa perfeitamente para “Carlota – Balaio de Sabores”, de Carla Pernambuco, uma cozinheira iluminada.

Num primeiro olhar você pode se sentir intimidado por eles (livro e autora). A cozinha inventiva pode parecer que pertence às quatro paredes de um restaurante e não à sua apertada pia com facas mal afiadas. Os ingredientes sofisticados parecem caros demais, e a apresentação, trabalho para um artesão. Mas é só olhar uma segunda vez.

Se você olhar de novo, verá um caldeirão de idéias, técnicas, e muitas novidades com uma simplicidade desconcertante.

Quem imaginaria que no livro de uma chef tão bem conceituada como Carla Pernambuco você poderia encontrar uma receita de arroz e feijão, daqueles que você quer comer quando sente falta de casa? E que algumas páginas mais à frente você aprenderia a fazer um dim sum e um kulfi?

O “Carlota” é um livro para aqueles dias em que você está com o coração apertado, querendo aquele impulsozinho externo para continuar. E aí você pode ir direto para a página 50 que logo abaixo da receita de ovos nevados você vai encontrar a cocada. Branquinha, macia, suculenta.

Por outro lado, a obra também serve para quando você está pulando de alegria, pra quando não consegue segurar o sorriso e volta para casa sonhando. Nessas horas dá para aproveitar a receita de salada de papaia verde, ou o toucinho-do-céu.

Passeando pelos capítulos de “Carlota”, você revisita (essa palavra está na moda) clássicos do restaurante de mesmo nome, como o rolinho de pato pequim, ou o copiado suflê de goiabada com calda de catupiry. Há ainda a seção de pratos brasileiros, italianos, orientais...

Um dos meus preferidos é o “O que é isso?”. Nele, você não apenas aprende o que é balik e centolla, como também acompanha receitas que te iniciarão num mundo à parte. Agora, se você já é um expert, pode dar uma paradinha no capítulo “Namoricos de sofá” e se deliciar (e deliciar ao outro, claro) com uma frigideira de cogumelos e requeijão com pão sueco, ou com figos assados com vinagre balsâmico e gelado de passas ao rum.

O livro dá chances até para aqueles que são mais práticos, ou que têm menos prática, e ataca com uma torta de liquidificador e um rocambole de pão de folha.

Por mais que o “Carlota” já tenha deixado de ser novidade nas prateleiras das livrarias, é um livro que vai estar sempre lá, de “janelas abertas”, como diz a introdução, para te receber, te acolher e alimentar o espírito.

Abaixo, a receita de cocada.

Ingredientes

-1 lata de leite condensado
- a mesma quantidade de açúcar
- 1 col. (sopa) de manteiga sem sal
- 100g de coco fresco ralado

Modo de Preparo:

- Junte todos os ingredientes, misture bem e leve ao fogo médio
- Mexa sem parar. Quando começar a desgrudar do fundo da panela, retire do fogo e bata vigorosamente por cerca de 8 minutos: formará uma massa pesada. Espalhe em mármore ou assadeira untada com manteiga, e, depois de fria, corte em quadradinhos.

PS- Fica um charme quando você embrulha uma a uma em papel de seda, junta algumas num saquinho transparente e amarra com uma fita bonita.

Um comentário:

Café Vinil Poá disse...

Olá Bianca obrigada pela visita, aquelas fotos são da martha adoro é de uma perfeição não???
Adorei o seu blog e este post também pena que não tenho esse livro pois as doceiras será o próximo depois esse no qual fiquei muito interessada... beijos e espero mais vezes sua visita...