31.7.07

Um pulo em Minas Gerais

Eu adoro Minas Gerais! É um estado gostoso, aconchegante, acolhedor!! Pra mim, pensar em Minas é pensar em vida boa, em vida como ela deve ser vivida.

É verdade, eu posso estar idealizando, já que só passei por lá de férias. Mas eu não me importo. Quero continuar tendo essa sensação de que Minas sempre estará lá para quando eu quiser sossego, pra quando eu quiser ficar comigo mesma.

Pra quem não conhece Minas, uma boa oportunidade aparece agora, com o Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes. Uma cidadezinha linda, que parece ter saído de um livro de contos de fada, toda pintadinha, com obras de arte e artesanato por todo canto, com cavalos andando pela rua e pessoas de bem com a vida vendo o tempo passar.

O festival acontece entre os dias 17 e 26 de agosto e o tema deste ano é "A História da Gastronomia". A cozinha catalã será homenageada e uma mistura com a comida mineira inevitável.

Além dos restaurantes e hotéis que estarão servindo jantares especiais, os melhores bares de Belo Horizonte estarão na cidade. O Largo das Forras receberá os estabelecimentos vencedores do festival realizado na capital mineira, levando seus pratos escolhidos no "Comida di Buteco".

Para aqueles que não poderão ir, ou para aqueles que já querem entrar no clima de Minas, segue uma receitinha de frango com quiabo, feita no restaurante Dona Lucinha.

Frango com quiabo

Ingredientes:
- 1 col. (sopa) de óleo de urucum
- 1 col. (sopa) de alho picado(s)
- quanto baste de sal
- ½ xíc. de suco de limão
- 2 cebolas
- 300 gr. de quiabo jovem
- 1 kg de pedaços de frango
- 1 talo de salsinha picada
- 1 talo de cebolinha verde picado
- 1 folha de louro
- 1 xíc. (chá) de banha (ou azeite)
- quanto baste de água

Modo de preparo:
Lave o frango, corte nas juntas e afervente levemente com água e limão. Escorra, lave e reserve.
Em uma panela, aqueça a banha, o sal com alho, deixe alourar; junte o frango, deixe fritar levemente, escorra o excesso de gordura, acrescente o urucum, misture bem. Pingue água aos poucos, deixe suar e junte a salsinha e a cebolinha verde, as cebolas inteiras, o louro, tampe para manter um bom caldo. Acerte o tempero e mantenha tampado para cozinhar bem.

À parte, lave e seque os quiabos novos e tenros. Retire as pontas e os pés, pique em rodelas e agregue ao frango. Não mexa. Tampe por alguns minutos. Verifique se os quiabos estão macios. Retire do fogo e sirva com arroz, angu e couve.

25.7.07

Digo não ao radicalismo


É cada vez mais comum eu ler matérias, especialmente na imprensa norte-americana, sobre a mudança no modo como os animais para abate são criados, alimentados e sacrificados. Sobre como cada vez mais estados estão proibindo a venda de foie gras e até de vitela.

Nos Estados Unidos, muito mais que aqui no Brasil, os ativistas ecológicos e dos direitos dos animais têm demonstrado cada vez mais força e alcançado cada vez mais objetivos.

Nesta quarta-feira, o jornal New York Times publicou uma matéria falando como esses ativistas perceberam que ao invés de "endemonizar" os criadores de animais e as pessoas que consomem carne, era mais fácil e eficiente organizar orçamentos viáveis, fazer política de influência e eleger dirigentes que lutassem pelas mesmas causas, com foco deliberado nas fazendas.

Um dos principais grupos que luta pelos direitos dos animais, proprietário da Fazenda Santuário, tem adotado, nos últimos anos, táticas mais sutis, como comprar ações de grandes corporações de alimentos, organizar campanhas políticas inteligentes e fazer lobby com legisladores.

Ao invés de criticar quem come carne, eles começaram a fazer campanhas pelo tratamento adequado dos animais. Tática mais inteligente, penso eu. Mesmo que achem os carnívoros seres de outro mundo, maldosos, que pelo menos comam carne de um animal que viveu bem.

Tenho uma amiga que fica extremamente irritada quando vegetarianos tentam "convertê-la". Ela é uma das pessoas mais carnívoras que conheço, e usa como argumento que está no topo da cadeia alimentar. É fácil perceber que ela não vai deixar de comer carne, mas certamente vai preferir uma galinha que ficou ciscando pelo terreno, não apenas porque ela "viveu melhor", mas porque a carne é mais saudável e mais saborosa.

É nítida a diferença entre um ovo de grandes granjas e um caipira. A gema do primeiro é amarela clara, opaca, enquanto do caipira é menor, laranja quase vermelha (quando não é vermelha mesmo) e brilhante. Aí você pensa: se com o ovo é assim, imagina com a carne do animal.

"Ao invés de dizer as coisas do jeito que elas são mesmo, aprendemos a apresentá-las de uma forma mais moderada", disse Baur, um ativista vegetariano, para o New York Times. "Quando diz respeito ao ideal vegetariano, é uma aspiração. Se eu amaria que todos fossem vegetarianos? Sim. Mas queremos ser respeitosos, e não críticos."

Se esse for o espírito, provavelmente será mais fácil atrair mais ativistas, mais pessoas que vão optar pela carne orgânica e pelo ovo caipira. E aí talvez seja o início do círculo. Com mais pessoas optando pelo orgânico e ecologicamente correto, mais será produzido, menor será o preço, e do diferenciado, esses produtos passarão ao comum.

Radicalismos como "diga não ao mel e ao iogurte" porque são fruto da exploração animal, não vão levar essas crenças a lugar algum. Na verdade atraem mais pessoas contra, porque quem quer ser acusado de maltratar animaizinhos quando está comendo um iogurte com mel no café da manhã, tentando ser saudável?!

Sim, nós estamos no topo da cadeia alimentar (por enquanto, pelo menos) e sim, podemos tratar melhor os animais, pelo bem deles, e pelo nosso. Você pode não querer viver apenas de alimentos que caiam do pé, e por outro lado não comer soja porque ela está acabando com as florestas do nosso país. Você pode achar a carne de vitela a mais gostosa que já provou e não resistir a um bom frango à passarinho. Fazendo com respeito à natureza, aos animais e também aos seres humanos, ninguém sai perdendo.

23.7.07

Caldo, o essencial

Certa vez eu dei uma receita aqui de uma sopa de milho da Kylie Kwong. Eu continuo achando que ela é uma das melhores que já provei, com sabores complexos e ainda assim complementares. Na minha opinião, para uma sopa assim dar certo, no entanto, é extremamente importante que o caldo usado seja "de verdade", e não uma simples água com um cubinho de caldo Knorr dissolvido.

Posso ser taxada de chata, fresca, o que for, mas não curto usar nenhum tempero que é comprado pronto. Desde cubinhos de "caldo de galinha", a tempero de miojo, cubos de sal para dar um "tok", ou aqueles que dizem ter um sabor caseiro. Dê uma olhada nos ingredientes, eu não achei nada "caseiro": sal, gordura vegetal, farinha de milho desgerminada, cebola, noz-moscada, extrato oleoso de urucum, salsa, extrato de carne e amidomodificado.

Se você fizer um caldo para uma sopa, por exemplo, usando água e uma dessas misturas artificiais, é assim que a sua comida será sentida, com sabor artificial, de mentira. É tão simples fazer um caldo leve de galinha, de legumes e até de carne, que não vale a pena desandar assim uma boa receita.

Recorrendo mais uma vez à Kylie Kwong, trago uma receita de caldo de galinha claro. Ele vai render uns 3 litros de caldo. Você pode congelar e sempre recorrer a ele quando for fazer um risoto, um molho e, claro uma sopinha para o inverno.

Uma dica para quando você não tem caldo congelado, ou tempo para preparar um, é refogar e depois cozinhar alguns legumes e ervas até que estejam bem moles, e usar essa água no lugar do caldo. Além de ser bem mais gostoso que aqueles temperos em cubinhos, é mais saudável. Aliás, você nem deveria comprar essas misturas. Eu costumo usar cenoura, gengibre, salsa, manjericão e salsão neste caso.

Caldo claro de galinha

Ingredientes
- 1 frango de aproximadamente 1.5 kg
- 4 litros de água fria
- 5 cebolas picadas
- 1 alho porró médio, lavado e picado
- 1 cenoura media, lavada e picada
- 2 talos pequenos de salsão, picados
- 8 folhas de louro
- 1/4 de maço de salsinha, picada grosseiramente
- 75 g de cabeças de alho, cortadas ao meio
- 1 col. (sopa) de grãos de pimenta branca
- 1 col. (sopa) de sal

Modo de Preparo
- Lave o frango e tire dele qualquer excesso de gordura, de dentro e fora de sua cavidade. Corte o frango em pedaços e o acomode em uma panela grande juntamente com os demais ingredientes. Leve à fervura, reduza o fogo e cozinhe lentamente, tirando com uma colher qualquer impureza e espuma que se forme na superfície.

O ideal é deixar cozinhando umas duas horas. Depois disso retire a panela do fogo, passe o caldo por uma peneira para restar apenas a água. Acomode o líquido em refratários que vão ao freezer e congele por uns três meses.

15.7.07

Pra quando a vida apertar

Tem épocas na vida nas quais nós temos que dar prioridade ao trabalho. Não tem jeito, se você está construindo uma carreira, vez ou outra isso acontecerá. Você passará 12h, ou mais, dentro do escritório, chegará em casa exausto e só querendo banho e cama.

Pra mim, é e sempre foi importante não resumir minha vida a trabalho e casa. Sair para espairecer é tão importante quanto ter uma boa noite de sono, porque você não descansa a cabeça dormindo, mas sim mudando o foco de atenção.

Com a cabeça razoavelmente descansada, você pode se esforçar um pouquinho e comer direito. Se não dá tempo de tomar café da manhã em casa, leve para o trabalho e tome lá, na frente do computador mesmo. Se não pode sair para almoçar, peça comida, ou leve de casa. Mas uma boa alimentação te dará a energia necessária para manter a máquina funcionando.

A dica do chocolate quente de manhã eu já dei aqui. Ele pode ser um bom incentivo pra você se mexer um pouquinho e ficar desperto. Agora, se você é daqueles que logo cedo precisa de um café mesmo, pra variar e dar mais graça a essa “vida dura” acrescente uma semente de cardamomo... o gostinho é interessante.

Mas e à noite? O que podemos fazer que vai nos dar um estímulo a mais, que é interessante o suficiente pra transformar um jantar cansado em uma refeição agradável para fechar o dia? Minha sugestão é uma salada vietnamita. Tudo bem que estamos no inverno e tudo que é jornal, guia e site de culinária está investindo em matérias sobre fondues, sopas e afins, mas que inverno é esse que atinge os 24ºC?

Essa receita eu peguei no programa da Nigella Lawson, que estava justamente no capítulo do que ela chama de comida saudável, pra quando você sente que precisa dar uma ajudinha para o seu corpo se manter funcionando.

Os ingredientes podem ser um pouco chatos de achar se você não está acostumado com comida oriental, mas aqui mesmo no Con gusto você encontra várias dicas de lugares para comprar o que você não encontrar no supermercado.

Salada Vietnamita

Ingredientes
- vagem ou ervilha torta
- broto de feijão
- 1 col (sopa) de gengibre ralado
- 1 dente de alho ralado
- 1 chilli vermelho sem semente picadinho
- suco de 1/2 limão grande
- 2 col (sopa) de fish sauce
- 2 col (sopa) de água
- 1 col (sopa) de açúcar
- 1 1/2 xícara de óleo vegetal
- 1 col (sopa) de óleo de gergelim
- macarrão de arroz
- 1 punhado de coentro
- camarão rosa cozido (cozinhe no vapor e ele mantém mais o sabor)
Defina a quantidade de vagem e broto baseada na quantidade de pessoas. O camarão para 6 pessoas deve ter uns 300g.

Modo de preparo
- Misture todos os ingredientes do molho.
- Escalde a vagem ou a cozinhe no vapor, para não perder a cor.
- Deixei o macarrão de molho em água quente por uns 5 minutos ou até amaciar.
- Junte todos os ingredientes exceto o camarão. Derrame o molho aos poucos, misturando com a mão. Coloque os camarões por cima, molhe-os com um pouco de molho.

11.7.07

Comidinha para impressionar

Você está a fim de impressionar alguém através da comida? Vai receber uns amigos, ou quer fazer um jantar especial para a comemoração de aniversário do primeiro beijo do casal? Bom, eu tenho uma dica para começar bem -você só tem que continuar lendo.

Segunda-feira passada, feriado em São Paulo, milagrosamente eu estava em casa descansando -minha mãe vai ficar orgulhosa de mim. Resolvi ligar a televisão e topei com o programa do Alex Atala e da Flavia Quaresma e, como sempre, xinguei o tempo todo por ver tanto talento acumulado em apenas duas pessoas.

O tema do episódio eram produtos orgânicos. Primeiro a Flavia foi a um empório fazer as compras. Mostrou um ingrediente mais suculento que o outro e até uns produtos que você se pergunta: "Como é que ele pode NÃO ser orgânico". Camarão é um exemplo. Como um camarão não é orgânico?! Superada a crise, você volta a se concentrar e vai descobrindo algumas maravilhas que vão brotando das mãos dela.

Uma delas é o que hoje nós podemos chamar de finger food, aquele tipo de comidinha servida em coquetéis, como entradinhas, aperitivos. E esta é a minha dica para você, que tá a fim de impressionar com uma travessinha dessas pequenas e bonitas delícias.

A combinação não é novidade, camarão com manga, mas os temperos que ela usou para temperar o fruto do mar dão gosto e cor incomuns e estimulantes. Segue a receita. Minha dica é colocá-los em uma travessa baixa, se possível de cor escura, para contrastar com o laranja da comida. Só não os monte com muita antecedência porque as folhas de manjericão não agüentam muito tempo bonitas.

Pincho de Camarão com Manga da Flavia Quaresma

Ingredientes
- 20 camarões médios e limpos
- 1 col (sopa) de tandoori (ou curry)
- 1 col (sopa) de páprika picante
- 1 col (sopa) de azeite
- 1 manga tommy ou haden
- 20 folhinhas de manjericão
- 20 palitos (tem palito com detalhes na ponta que ficam mais bonitinhos)
- sal e pimenta do reino branca moída na hora a gosto

Modo de preparo
-Coloque os camarões limpos numa travessa e temperar com o Tandoori e a páprika. Cobrir com um plástico filme e deixar na geladeira por 30 minutos.
- Corte a manga em retângulos de 2x0,5cm. Separe as folhas de manjericão e coloque numa travessa com água gelada.
-Retire o camarão da geladeira e tempere com sal e pimenta do reino branca. Aqueça bem uma frigideira antiaderente com o azeite de oliva e refogue os camarões. Retire do fogo e deixar esfriar.
-Monte os pinchos de camarão colocando o retângulo de manga sobre a área central do camarão. Espete a folhinha de manjericão no palito e em seguida a manga e o camarão.

4.7.07

Para os naturebas

Tenho uma amiga, daquelas amigas do peito, que deve ter acessado o blog uma única vez, por obrigação. Mas como ela é amiga mesmo, daquelas "pau pra toda obra", achei que merecia um post, mesmo que não o leia. Ela, vira e mexe, tem problemas no fígado, e aí fica sem comer determinadas coisas, para melhorar. Uma dessas coisas é o açúcar. Nada de doces.

Maníaca por muffins que estou, eu fiz ontem uma receita bem natureba, daquelas que você acha que não vai dar certo. Você olha com desconfiança para os ingredientes, enquanto prepara não coloca fé na massa e, quando está assando, vai de 5 em 5 minutos olhar o forno para ver se eles estão crescendo. E não é que estavam?!

A receita é de um livro novo que estou lendo, o "Purely Golden Door", de um spa australiano, na Golden Coast. Lá eles tentam manter a saúde através da alimentação, de exercícios e do descanso. Evitam óleo, farinhas brancas, açúcar branco e tudo aquilo que a gente acha gostoso e imagina que não dá para viver sem.

As receitas, devo admitir, são tentadoras. Até agora só fiz o muffin e achei que vale a pena. É claro que fiz algumas adaptações, especialmente porque nossas frutas são um pouco diferentes e porque eu não tinha farinha integral em casa. Você pode fazer as suas e arriscar. Saudável você sabe que estará.

Segue a receita para essa minha amiga, que vai precisar.

Muffin de maçã, nozes e maple syrup

Ingredientes:
- 2 maçãs descascadas e picadas miudinhas
-2 bananas bem maduras e picadinhas
- 85g de tâmaras secas picadas
-125ml de maple syrup
- 3 col. de nozes picadas
- 2 e ½ xíc. de farinha integral (eu usei a farinha branca mesmo)
- 1 col. (chá) de bicarbonato de sódio
- 1 col. (chá) de canela em pó
- água o quanto baste

Modo de preparo:
Ligue o forno em 180ºC. Misture todos os ingredientes à mão. Depois que estiverem bem combinados, acrescente 1/3 de xícara de água. Misture. A massa não pode ficar muito molhada, só precisa virar uma massa mesmo. Se precisar acrescente mais água. Se ficar muito molhada, ponha mais farinha.

Distribuía por 12 forminhas de muffin e asse por uns 25 minutos. Os fornos são muito diferentes, então é bom dar uma olhada antes.

2.7.07

Livrarias que te quero bem

Um dos meus programas preferidos no domingo à noite, num fim de tarde chuvoso, ou de preguiça é ficar numa livraria. Claro que a minha seção preferida é a de gastronomia e eu já estou ficando expert sobre as melhores lojas.

Hoje, muitas livrarias -e pude ver outro dia lojas de roupas e sapatos também- têm cafés para atender seus clientes. Você pode pegar o seu livro, revista, o que for, e folheá-lo enquanto saboreia uma bebida e até comidinhas. Nada melhor que comprar um livro tendo a certeza de que ele vai te interessar.

Para os livros de gastronomia isso é especialmente valioso. Muitas vezes você olha a capa de um livro estrangeiro, principalmente, e se empolga, mas ao ler suas receitas, ingredientes e modos de preparo, percebe que não é para você. Não adianta você pegar um livro de sobremesa que tem muitas receitas com ruibarbo, que não vai conseguir encontrá-lo facilmente no Brasil.

Uma das minhas livrarias prediletas é a Cultura. Lá você encontra de tudo e tem total liberdade para pegar vários livros de uma vez, sentar num canto e ficar horas lendo. A nova Cultura tem, inclusive, vários pufs para as pessoas ficarem deitadas curtindo.

Eu costumava ir muito à unidade do shopping Villa Lobos. Pegava, sem brincadeira, uns 15 livros por vez, sentava num banco próximo e ficava horas. Hoje vou mais àquela do shopping Market Place. A seção de gastronomia mudou recentemente de local, está mais no canto, é mais tranqüilo.

A da Paulista também é legal, mas ainda está muito movimentada para o meu gosto, talvez por ser novidade.

Uma livraria que tem me surpreendido é a Saraiva. Não gostava muito dela, mas sua seção de gastronomia só cresce, com títulos bastante variados, importados e nacionais. Os preços estão dentro do esperado, sendo que algumas vezes as promoções surpreendem. Vale a pena uma visita. Eu costumo ir à do shopping Morumbi, onde hoje tem uma Starbucks anexa (cara, é verdade, mas gostosinha).

A Fnac é bem ruinzinha, pra ser sincera. A seção de gastronomia parece que fica cada vez menor, sempre com os mesmos títulos, e com preços meio caros. Mas, pra ser sincera, faz um tempo que não passo por lá... vai que mudou?

A notícia triste é o fim da Mille Foglie, uma livraria especializada em livros de gastronomia que fica nos Jardins. Lá você encontra de tudo, até o El Bulli eles têm. Os preços são um pouco salgados para algumas coisas, as mais raras, mas as demais ficam dentro do mercado.

Neste mês eles estão com uma promoção de 30% de desconto porque a livraria vai fechar. Eu não sei o motivo, mas tinha uma coisa lá que me incomodava demais, e acho que pode ter incomodado, e afastado, muitos clientes. Para você entrar era preciso tocar a campainha. Você era atendido e ficava bem à vontade no espaço, mas como ele frequentemente estava vazio, era muito estranho ter só você e as vendedoras lá. O prédio é lindo, a decoração impecável, mas tinha esse detalhe. Espero que um dia sua dona possa abri-la novamente.

Livrarias menores, que ainda não são shoppings de livros e afins, valem mais a pena pelo clima gostoso e aconchegante. A Livraria da Vila, na Lorena, por exemplo, é pequena, não tem centenas de livros de gastronomia, mas tem uns títulos interessantes. O mais gostoso é você ir ao andar superior, no Il Barista, degustar um bom café. Tenho uma reclamação de lá, no entanto. A localização da seção de gastronomia é péssima. Ela fica no intervalo da escada que leva o subsolo ao térreo e andar superior. Sempre tem alguém passando e atrapalhando. Você não consegue ficar tranqüilo um só instante. E quem vai olhar livros de gastronomia, tem que ter tranqüilidade. Fica meu protesto.

Um outro lugar legal para ir é a Livraria Sobrado, que fica na Avenida Moema. A loja é mesmo um sobrado, com chão de taco e tudo, como numa residência. É super aconchegante, linda, "cool". A seção de gastronomia é boa, acho que não fica atrás da Fnac, e tem um café bem gostosinho, com sofás e poltronas pra curtir. A única parte ruim é não funcionar aos domingos.

Infelizmente não conheço nenhuma livraria pequenina, de bairro, ou até mesmo um sebo com bons títulos de gastronomia. Aceito, inclusive, sugestões.