7.5.07

Nova opção na Paulista

Os paulistanos têm uma nova opção para comer barato e rápido na região dos cinemas da Paulista. É o Tollocos, que fica praticamente em frente ao Espaço Unibanco.

É muito comum as pessoas comprarem seus ingressos para um filme e procurarem alguma coisa rápida para comer. Rápida e barata. E é aí que o tão freqüentado Pedaço da Pizza sai de cena. No começo a pizzaria era barata e servia pedaços realmente grandes, saborosos. Hoje, a qualidade da comida caiu e os preços subiram. Sucesso absoluto, o dono achou que poderia fazer isto.

O Tollocos é uma cópia tex-mex do Pedaço da Pizza, mas ainda com pratos mais em conta. O espaço não é tão aconchegante quando o concorrente do outro lado da rua, mas é novo, bonito e limpo. Os atendentes, tanto do balcão, quanto os cozinheiros, são simpáticos e alertam para a pimenta dos ingredientes.

O cardápio é variado, os mais conhecidos do público paulistano são os tacos -aqui na versão norte-americana do prato mexicano, servido em uma concha de massa de milho -, burritos e nachos. Você pode montar o seu recheio, ou escolher aqueles que já estão prontos, em um cardápio exibido na parede.

O molho de sour cream deles é gostoso e o guacamole vai coentro, o que pra mim é essencial. O taco de carne tem sabores simples, mas que combinam. É pequeno, mas só custa R$ 2,90. A porção de nachos é boa, mas da próxima vez eu pegaria dois molhos. Com guacamole ela custa R$ 5,50, com molho extra se acrescentam R$ 2,00.

Os burritos também são bons. Os que vão cheddar dão uma base legal, como o burro texano, e os médios servem muito bem para tapear a fome antes de um filme. Eles custam R$ 6,90.

O maior problema da loja, no entanto, é que abre apenas depois das 18h00 no domingo, dia tradicional de cinema. Nos demais abre desde o almoço.

Uma refeição pode ser emocionante?

Você já se emocionou comendo? Será que isto é possível? Bom, pra mim é. Pelo menos foi, uma vez.

Faz um mês, mais ou menos. Fui jantar num restaurante nos Jardins, em São Paulo, que se chama La Risotteria, do Alessandro Segato. Cheguei imaginando se tratar de um restaurante mais simples, tipo bistrô, com clima aconchegante, moderno e clean. Encontrei o oposto.

O restaurante é caprichado, chique. As pessoas, a maioria acima dos 50, também são chiques. Apesar de usar aparatos mais descontraídos, como raladores no lugar de lustres, e garrafas usadas na decoração das janelas, ele ostenta riqueza em itens como copos e taças, mesas e cadeiras, e na própria arquitetura do prédio.

Sentei acanhada no meu lugar e comecei a ver o cardápio. Em um restaurante chamado La Risotteria eu nem pesava em pedir algo diferente de um risoto. Tinha que provar o risoto, mas antes, tinham o couvert e a entrada.

Foi possível ver que o couvert era caprichosamente pensado. Mini-legumes crus servidos em taças lindas, pãezinhos quentinhos e diferentes, vira-e-mexe renovados pelo garçon, grisinis, e dois diferentes tipos de patês já dão a idéia de que a refeição será especial.

Para entrada pedimos uma salada de maça, salsão, frutos do mar, mel e gengibre. Saborosíssima, ela vem servida dentro de uma maçã verde, muito charmoso. O doce do mel misturado com o sabor peculiar do salsão é uma combinação inesperada e de sucesso.

Como prato principal pedimos dois risotos. Um de carne de caça e cogumelo porcini e (é aqui que entra a emoção) um de cogumelos frescos do bosque e foie gras fresco. O primeiro estava muito gostoso. Pesado, com gosto de carne de caça mesmo, forte, e com cogumelos em abundância.

Já o segundo foi emocionante - literalmente. O único e pequeno pedaço de foie gras que tinha no prato de arroz valeu toda a refeição. Fresco, como dizia o cardápio, ele tinha o sabor mais incrível que já provei. Intenso, salgado, levemente picante e com aquele gosto indescritível que só as coisas incríveis têm. Não era qualquer foie gras, ele sumiu na boca aos poucos, e me deu lágrimas nos olhos.

Depois disso, a sobremesa era desnecessária, até não recomendável. O melhor seria permanecer com aquele sabor na boca. Mas graças à Deus eu pedi um doce. O meu foi o tiramissú. Clássico, receita de Veneza. A massa era fina, apenas na base. O restante era creme de mascarpone, muito leve, derretia na boca. Perfeito para encerrar uma refeição emocionante. O café? Este eu dispensei, mas os que o pediram recebiam junto uma taça com balinhas coloridas de goma. Um charme.

Hoje estou com alergia!


Hoje estou com alergia. Espirro é de minuto em minuto. Os olhos coçam e o sono é arrebatador. Quem tem sabe. Nesses dias o que mais desejo é chegar em casa, me aconchegar no sofá e tirar um cochilo. Daqueles rápidos, mas profundos. Pode cair a casa que você não acorda porque é mais forte que você.

Depois disso a vida parece outra, renovada. Você já consegue respirar (quase) normalmente e tem uma vontade grande de “comer alguma coisa gostosa”, daquelas que você come por gula, que só trará prazer e talvez um pneuzinho a mais.

A partir daí ou eu vou até a esquina e compro um Rochinha, ou sento calmamente para escolher algo dos meus livros para cozinhar. Dependendo do horário, escolho doce ou salgado. Hoje, como só devo chegar em casa depois das 17h30, vou escolher o jantar.

Acreditem ou não, sopa é uma das minhas refeições prediletas. Não precisa ser elaborada, não. Pode ser uma simples sopa de legumes, ou um caldo verde. Contanto que seja caprichada, feita com ingredientes bons, é sempre uma comida de aconchego. Tudo o que preciso num dia desses!

A receita que passo a seguir peguei num livro da Kylie Kwong, uma chef australiana, descendente de chineses. Ela mostra a culinária oriental da forma mais clássica e criativa possível, se é que posso usar estes dois adjetivos juntos.

Suas receitas são modernas, mas ao mesmo tempo usam ingredientes clássicos e básicos. Neste livro que comprei recentemente (e que é lindo!), por exemplo, há um capítulo apenas para tratar do tofu. São pratos com tofu frio, nas saladas; quente, nas sopas; e até grelhado. Tentador.

A sopa que escolhi é simples, de milho, mas extremamente saborosa, cheia de nuances e gostos que estimulam o paladar. Os ingredientes podem ser encontrados em empórios orientais. Em São Paulo o mais fácil é ir até a Liberdade fazer um passeio por seus mercadinhos, se divertir, e depois preparar a sopinha.

Sopa de Milho

Ingredientes

- 4 espigas de milho ou 3 xíc. (pode ser milho congelado, mas não o de latinha)
- 2 col. de sopa de óleo vegetal
- 1 cebola branca pequena bem picada
- 2 col. de sopa de gengibre à julienne
- 1 dente de alho bem picado
- 1 col. de chá de sal marinho
- 1/2 xíc. de chá de shao hsing (um vinho chinês para culinária)
- 7 xíc. de chá de caldo de galinha leve
- 1 e 1/2 col. de chá de shoyu
- 2 ovos levemente batidos (deixe para bater no momento em que for usá-los)
- 1 col. de sopa de cebolinha bem picadinha

Modo de Preparo:

- Retire os grãos de milho da espiga usando uma faca afiada (se estiver usando as espigas)
- Aqueça o óleo em uma panela pesada média e doure a cebola, o gengibre, o alho e o sal por 1 minuto. Adicione o vinho chinês e refogue por outro minuto ou até o líquido se reduzir pela metade
- Acrescente o milho e o caldo no refogado e leve à fervura. Abaixe o fogo e cozinhe assim por uns 30 minutos
- Durante o tempo de cozimento você pode precisar tirar qualquer espuma ou impurezas da superfície. Para isto, use uma escumadeira ou colher de servir
- Acrescente o shoyu e mantenha o fogo baixo. Lentamente coloque os ovos na sopa e os misture lentamente com um garfo
- Remova a sopa do fogo assim que os ovos formem "estrias"
- Sirva em bowls (tigelinhas) e salpique as cebolinhas por cima

Ao menos tente com brioches

Eu achava que fígado era uma comida que não atraia muitas pessoas. Talvez por seu cheiro forte, sua aparência viscosa e molenga, ou simplesmente por ser fígado. Ultimamente, no entanto, tenho descoberto que muitos amigos apreciam a carne acebolada, daquele jeitinho que toda avó ou mãe sabe fazer.

Na semana passada, enquanto organizava o cardápio de uma festa que eu faria, pensei no foie que os franceses tanto apreciam. Queria servir patê de fígado com brioche, uma combinação excelente porque o doce do pão ameniza a força da carne.

Tive uma grata surpresa com o sucesso que o quitute fez. Sim, todos o acharam forte, mas por ser “de fígado de verdade” ele fica autêntico e saboroso. Fora que o aroma muda. Ao invés daquele cheiro típico desta carne, fica perfumado, com um cheiro salgado.

Pra acompanhar o patê além do brioche, eu também gosto do pão italiano. Fazer um sanduíche também não vai nada mal. Pão italiano, patê de fígado, folhas de agrião e tomate cereja salgadinho regado com um bom azeite é perfeito para uma tarde ensolarada de sábado. Acompanhado de cerveja, fechou!

Segue abaixo a receita de patê que eu usei e deu muito certo:

Ingredientes

- 150g de manteiga gelada
- 1 cebola picada
- 500g de fígado de galinha limpo (sem nervos ou partes esverdeadas)
- ¼ xic de conhaque
- Sal e pimenta do reino

Preparo:

Em uma frigideira grande derreta 50g da manteiga, doure a cebola e acrescente o fígado. Deixe ele cozinhar. Quando perder a cor vermelha e ficar opaco, mas já cozido, desligue o fogo, Deixe amornar e bata no liquidificador até virar uma pasta lisa.

Na mesma frigideira coloque o restante da manteiga e espere até começar a derreter. Acrescente o conhaque e deixe ferver. Acrescente a pasta de fígado. Deixe ferver de novo. Acerte o sal e a pimenta. Coloque no refratário onde servirá e deixe na geladeira coberto por filme plástico por pelo menos 3 horas.