25.11.06

Pra refrescar, vá de limão com manjericão

Minha família parece que só se reproduz no carnaval. Entre os dias 21 e 24 de novembro nada menos que minha mãe, meu pai e meu irmão fazem aniversário. Nada melhor, portanto, que uma festa conjunta. E nada mais brasileiro que um belo churrasco em um dia de calor insuportável como o deste sábado.

Ao fim da festa, que teve a presença de uns 30 ilustres convidados, contamos o consumo de 30 litros de refrigerante, fora os 21 litros em latas de cerveja e outros tantos de água. Mas, adepta dos alimentos naturais que sou, prefiro ficar com os sucos, e se você não tiver que servir muitas pessoas, pode tentar um que adoro para os dias ensolarados:

Suco de limão com manjericão

Faça uma limonada forte e adoce conforme seu gosto. Coloque-a no liquidificador com algumas pedras de gelo e um punhado de manjericão para cada litro. Bata tudo o suficiente para deixar as pedras moídas.

Uma mistura simples, mas que foge da combinação habital com o hortelã, dá um toque inusitado para a bebida, que além de refrescar deixa todos intrigados para descobrir “o que você colocou aqui?”.

24.11.06

Mi Buenos Aires querida!

Recém-chegada da Argentina, onde desfrutei de dez dias ensolarados de férias, retomo meus escritos. De lá trago muita comida gostosa (não só carnes) e um paraíso de restaurantes na capital Buenos Aires. O Porto Madero. Onde antes funcionava um porto, hoje são quilômetros e quilômetros de restaurantes.

É incrível. Você começa em uma ponta e parece que aquilo nunca vai terminar. Para os paulistas, que adoram shopping, o Porto Madero funciona como um, mas só de comida. E tem para todos os gostos, restaurantes italianos, japoneses, churrascarias, rodízios parecidos com os brasileiros, restaurante de peixes, pague fixo e coma à vontade, blockbusters como Burguer King e Friday´s, cafeterias e sorveterias, dos chiques aos mais bregas. Você pode passar meses lá sem ter que repetir.

Ta certo que no final de semana, ainda mais os ensolarados, aparecem muitos turistas –afinal de contas, lá é um ponto turístico. Mas se você tiver a oportunidade de freqüentar o local durante a semana, poderá tentar se passar de argentino e aí é que está a graça.

O Porto Madero antes funcionava como um porto de verdade, mas com a construção de um mais moderno, o local ficou abandonado. A cidade, no entanto, resolveu restaurá-lo e hoje podem-se ver predinhos baixos, de tijolinho aparente, onde nos andares de cima funcionam escritórios e no térreo os restaurantes. Um charme.

Como o “complexo” fica à beira do Rio da Prata, cada restaurante tem uma área externa, com mesinhas voltadas para um braço do rio, onde ficam ancorados iates e barcos menores. Em um dia ensolarado, são essas as mesas que mais valem à pena.

Para minha surpresa, meu restaurante eleito no Porto Madero foi um italiano, e não um de carnes, como imaginei ao deixar o Brasil. Não é um restaurante de assinatura, um daqueles que tem um chef estrela e um nome a zelar, mas ele se mostrou o melhor custo benefício e nos proporcionou algumas surpresas. É o Sottovoce.

Meu prato preferido foi um frango ao molho de curry, amêndoas (fartas) e creme, acompanhado de arroz de especiarias. O sabor de personalidade era balanceado e o visual extremamente atraente. As massas também não deixaram a desejar e o spaghettini a puttanesca estava excelente. Eles usaram uma massa próxima do cabelo de anjo, o que deixava o prato que é forte por causa das azeitonas pretas e anchovas, um pouco mais leve. O couvert também encantava. Era formado por pãezinhos frescos, feitos no próprio restaurante, com boa variedade, alguns crocantes, outros mais macios e mais salgados.

Comparando com os restaurantes brasileiros, os preços eram baixos, sendo possível que duas pessoas comessem com entrada, prato e vinho por aproximadamente R$ 50 –uma característica que se confirmou em outros restaurantes de Buenos Aires e se intensificou no interior do país (assunto para um outro post).

A Argentina se mostrou muito farta para os apreciadores da boa comida, com bons restaurantes, vinhos e atendimento impecável. A rixa tradicional que temos com nossos visinhos pode ser facilmente esquecida dando um pulinho até lá.